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Marco Antonio Perna é analista de sistemas e pesquisador, com mestrado em sistemas e computação. Desde 1997 pesquisa a dança de salão sendo o criador do portal Agenda da Dança de Salão Brasileira que no final do século 20 uniu os dançarinos brasileiros pela internet. É autor do livro "Samba de Gafieira: a história da dança de salão brasileira", do livro "Dança de Salão Personagens e Fatos" e já escreveu artigos e textos de danca de salão para os Correios e para jornais de dança como: Dança e Saúde, jornal Dance, Dance News e Falando de Dança. Também escreveu artigo para o livro da coleção "As Melhores Dicas da Dança de Salão", da editora Delprado. Participou de congressos de dança de salão e promoveu seis edições do congresso Salão Rio Dança. Como dançarino de salão teve aula com Jaime Arôxa e seus instrutores e também com João Carlos Ramos da Cia. Aérea.


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Recebi a incumbência da editora deste jornal, Leonor Costa, de escrever sobre a Dança dos Famosos de 2014. Parei, pensei, mas o que dizer que eu já não tenha dito exaustivamente nos anos anteriores? Nada mudou.

Já falei mal do júri técnico por anos a fio. Só Carlinhos de Jesus e Jaime Arôxa sabem do que falam. A Carla Salvagni sabe, mas tem outro enfoque que é a dança de competição e não as danças brasileiras, e como o que menos tem na Dança dos Famosos são as nossas danças... As profissionais de ballet como a Ana Botafogo sabem da estética, mas não especificamente das nossas danças. O Viola não sabe nada e os outros jurados técnicos menos ainda. Falo de conhecimento de nossas danças, de dança performática eles entendem. Embora cada vez mais a Globo coloque danças que não fazem parte de nossa realidade.

Já os jurados artistas não têm compromisso com a técnica. Então eu repito o que sempre falo: eles podem e devem dar a nota de acordo com a sensação de alegria ou não que tiveram. Mas ficar dando dez pra todo mundo não dá. Nada mudou nesses últimos anos.

Com relação às bailarinas do Faustão colocadas para treinar os famosos, digo e repito: elas, na maioria, não sabem nada de dança de salão. A maioria corre atrás
de aulas particulares (sem que o público saiba), para realizar a tarefa. Excluo dessa lista a Aline Phyrro, que em 2005 tirou segundo lugar, pois ela, além de
ter sido bailarina do Faustão, é cria da academia do Jimmy de Oliveira. E a Robertha Appratti, que tirou terceiro lugar em 2011, além de ter sido bailarina do Faustão já era dançarina de salão da Casa de Dança Carlinhos de Jesus.

Já os profissionais de dança de salão que treinam as famosas são uns heróis por se submeterem a essa exposição, sendo nivelados com as bailarinas do Faustão,
sem medo de serem prejudicados.

Este ano novamente foi repetida a sensação de final roubada. A Paloma Bernardi claramente era a melhor dançarina e o Patrick Carvalho dá de dez na bailarina do Faustão que ganhou. Mas por que, então, ele perdeu? Alguns maldosos na internet falam que ele declarou que esse ano não deixaria escapar a vitória. Será, então, complô da Globo? Na verdade, não! O que ocorre é que o grande público não enxerga técnica. Tanto faz se o dançarino foi perfeito em todos os passos ou se dançou todo torto como um poste quebrado. O que importa para o grande público é o
carisma do personagem que está no palco. Se tiver um grande carisma, pode só parecer que dança bem (mesmo tecnicamente dançando mal) que o casal vai ganhar do outro casal. Não adianta sorrir, ser simpático nem nada. Carisma é uma coisa que não se fabrica, ou se tem ou não. Claro que a pessoa com carisma tem que sorrir e ser simpático, mas para a pessoa sem carisma não adianta fazer nada. Se existir alguém com carisma é ele quem vai ganhar o público.

Em algumas edições passadas também fiquei com a sensação de que o júri queria que determinada pessoa ganhasse, não por merecimento e sim por algum interesse do programa. Essa sensação também vem com o figurino dado a alguns participantes e que claramente os prejudica. Na música também ocorre isso. Ou seja, a Globo pode perfeitamente induzir o público, através do figurino e música, a gostar mais ou gostar menos de algum participante. Isso sem falar da edição do vídeo das apresentações, que pode ser mostrado com mais ou menos boa vontade, a gosto da pessoa que aperta o botão para trocar de câmera. Se forem mesmo cartas marcadas, o júri técnico e artístico também participa, mesmo que induzido de alguma maneira pela produção do Faustão. Haja teoria de conspiração...


A edição de 2014 foi longa. Não sei se a mais longa, mas demorou a terminar. De todos esses problemas que se repetem, a única coisa que não entendo é por
que a Globo não separa em famosos e famosas e dá dois troféus (será que o contrato deles com a empresa dona do formato da dança dos famosos não permite?).
Seria mais um motivo para eles alongarem o programa, como fizeram este ano. Além de muito mais justo, pois todos sabemos que é muito mais fácil ensinar uma famosa do que um famoso. Talvez até o Marcello Melo Jr. tenha ganhado esse ano em função
da consternação do público em relação à dificuldade masculina, embora a razão principal para mim tenha sido o carisma. O mesmo aconteceu com a Fernanda
Souza em 2010, pois dançando ela não era a melhor (a Sheron Menezes dava de dez), mas o carisma dela com o público a fez vencedora. Quem não se lembra da vitória da Christiane Torloni em 2008? Para mim, não merecida. Por ela, pois o Álvaro Reys fez milagre e mereceu com louvor, claro. Outra grande prova de que carisma leva até à final foi o segundo lugar do Leandro Hassum em 2009, que conseguiu chegar aonde nenhum outro gordinho jamais sonhou.

Ou seja, o que dizer da edição deste ano que já não tenha sido exaustivamente debatido? Até para falar dos benefícios (e malefícios) já se falou de tudo. É
evidente que a procura pela dança de salão no período aumenta. É evidente que é ruim não se ver a dança real na tela, pois muitos acabam acreditando que a
dança de salão necessita daquelas pegadas e aéreos. Já chegamos à conclusão também que é ruim com a dança dos famosos e muito pior sem ela. Pelo menos
eles colocam obesos e idosos na competição provando a democracia da dança.
Ficar falando que tal jurado fez isso e tal dançarina fez aquilo fazia sentido nas primeiras edições. Agora nem graça mais tem isso. Que venha a Dança dos Famosos 2015, e que tenhamos Carlinhos de Jesus, Jaime Arôxa, Carla Salvagni e Ana Botafogo no júri sempre e que a Globo reflita sobre dividir o prêmio entre um famoso e uma famosa. Todas as outras reclamações que temos provavelmente não serão atendidas, mas ter dois troféus seria bom até para a Globo. Espero poder escrever no final da Dança dos Famosos de 2015 que pelo menos isso mudou.


Publicado no jornal Falando de Dança 88 em janeiro de 2015: http://issuu.com/dancenews/docs/ed_88_completa_para_leitura/5

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