Blog: Crônicas de Dança e não de Dança ! por Marco Antonio Perna2024-03-19T01:50:22ZMarco Antonio PernaCopyright 2024, Marco Antonio PernaSPHPBLOG» Regras e Arte na Fotografia de Dança
Artigo que escrevi sobre fotografia de dança na revista Digital Photographer 56. Com a belíssima Natália Piassi. Foto tirada na 7a Night Mix Arabic Brasil, da Darah Hamad. A revista está chegando nas bancas essa semana e pode ser comprada no site da editora. http://www.escala.com.br/revistas/cursos-guias---tecnologias/digital-photographer
Leia o artigo completo em: http://issuu.com/dancenews/docs/ed_95_completa_para_leitura/5 Na imagem aparece apenas um pequeno pedaço.]]>http://www.marcoantonioperna.com.br/blog2/index.php?entry=entry150727-2351332015-07-28T00:00:00Z2015-07-28T00:00:00Z» Danças Vivas e Danças Mortas
Leia o artigo completo em: http://issuu.com/dancenews/docs/ed_94_pronta_para_leitura/5 Na imagem aparece apenas um pequeno pedaço.]]>http://www.marcoantonioperna.com.br/blog2/index.php?entry=entry150626-2347342015-06-27T00:00:00Z2015-06-27T00:00:00Z» Simplifique sua Dança e Faça Sucesso
Recentemente, li um ótimo texto de uma profissional de dança do ventre em rede social (não estou mais achando para citar o nome). Nele ela relata a incessante busca pelas dançarinas por cursos com passos ou movimentos mirabolantes, de efeito, e a quase total falta de importância que essas dançarinas dão aos movimentos “básicos”. Ela diz também que essa maioria fica frustrada porque não consegue reproduzir tais movimentos ensinados com a beleza que a professora consegue. Por outro lado relata que as melhores dançarinas, em sua visão, fazem movimentos básicos de abdômem de uma forma tão fantástica e em “qualquer posição”. As que correm atrás dos movimentos mirabolantes ficam milhas e milhas distantes dessa perfeição no básico, que depende muito de esforço e trabalho.
Repararam que tudo que foi dito se encaixa perfeitamente na Dança de Salão? Trocando abdômem por gancho ou puladinho, por exemplo, o texto vale perfeitamente para o samba de gafieira. Quantas vezes você ou um conhecido seu pensou em fazer ou fez algum curso mirabolante porque via tal professor fazendo coisas “do arco da velha”? Ou, ainda, porque outro dançarino tinha uma quebrada ou ginga maravilhosa, você ficava imaginando conseguir aprender e reproduzir tamanha beleza.
Acorda!!! Só quem tem o talento para determinados passos ou movimentos é que consegue dar beleza a ele. A maioria fica fazendo uma dança muito feia, tentando reproduzir tais passos. Mas você quer porque quer fazer uma escovinha, não é? Escovinha não é para qualquer um fazer bonito, a maioria faz muito feio.
Muitos desses passos só mostram preparo físico. Você não sabe, mas tem gente rindo de você fazendo cadeirinha no salão. As suas escovinhas parecem mais com um avestruz pulando do que com aquele profissional maravilhoso que te deu aula. Pica-pau, então, nem se fala...
Relaxa! Se você é como a maioria e sentiu a carapuça na cabeça, basta investir no que você pode fazer bonito no salão ou gostoso para a dama.
Grandes dançarinos, geralmente com “inho” no final do nome, se preocupam mais com a música, o dançar gostoso e os movimentos simples, bem feitos. Se o seu objetivo é namorar na dança, te garanto que eles namoraram mais que os outros dançarinos acrobáticos. Mas se o seu objetivo for ser feliz, o caminho também é o do “menos é mais”: simplifique, faça muito bem o “feijão com arroz”. Alguns profissionais estão investindo em cursos de dançar “juntinho”, como o de samba-canção. Esse é o caminho.
A foto deste artigo foi tirada em 2001 (Jomar Mesquita e partner) com uma máquina simples e retratando um movimento básico do samba de gafieira, o gancho. Das milhares de fotos que tenho tirado de dança, de samba de gafieira especificamente, a única outra que também acho bonita também é de gancho. Excluo passos de show dessa minha seleção, porque não retratam o samba dos salões cariocas. Por que será que um simples gancho gera uma foto tão bonita ? Pense nisso.
Publicado no jornal Falando de Dança 93 em junho de 2015: http://issuu.com/dancenews/docs/ed_93_completa_para_leitura/5]]>http://www.marcoantonioperna.com.br/blog2/index.php?entry=entry150613-1527042015-06-13T00:00:00Z2015-06-13T00:00:00Z» Reportagens e EntrevistasTCC 2013.2 Publicado em 16 de dez de 2013 Faculdades Integradas Hélio Alonso
Por: Reinaldo Rodrigues
A história do samba de salão contada a partir de uma perspectiva da comunicação não-verbal e sua relação sócio-cultural com o brasileiro.
Repórter Brasil - TV Brasil 21-07-2012
Vídeo da reportagem do baile e lançamento dos livros dos 200 anos e da estátua de Maria Antonietta. TV Brasil. Marco Antonio Perna, Leonor Costa e Jaime José. Exposição 200 anos do ensino de dança de salão mo Brasil.
200 Anos da Dança de Salão no Brasil - De Lá Pra Cá Reportagem da TVBrasil em 04/12/2011, no programa De Lá Pra Cá.
No De Lá pra Cá, a história da dança de salão no Brasil. Participam do programa o coreógrafo e professor Jaime Arôxa, a historiadora Mary Del Priore, o pesquisador e escritor Marco Antonio Perna e a coreógrafa e professora Dalal Achcar.
Dança de Salão 200 anos - CNT 05/08/2011 reportagem da CNT, canal 9 - Rio de Janeiro em 05/08/2011.
A Elegância do Passo - PUC-Rio - Pilotis 13.10.2008 /217
Entrevista com o coordenador do dancadesalao.com - 07/11/1998 Entrevista na Vinde TV
Dia 07/11/1998, às 13h, Carolina Vigna entrevista Marco Antonio Perna, Webmaster da Agenda, no programa Cyber Café da Vinde TV (NET, TVA, etc.).
Marco Antonio Perna entrevista Mário Jorge na abertura da Exposição 200 anos de Dança de Salão, no Centro Cultural Calouste, no Rio de Janeiro, em 01 de julho de 2011.
Padronizar ou Deixar Nosso Samba Morrer ?
Em 2001 ocorreu uma reunião com a presença dos mais renomados profissionais de dança de salão do Rio de Janeiro para a formalização de uma padronização do Samba de Gafieira. Nessa etapa foi padronizado os principais nomes de passos de nível básico, intermediário e avançado. Veja mais detalhes aqui.
Infelizmente, apesar do crescimento da dança de salão no Brasil nos últimos anos, o assunto foi esquecido. Digo infelizmente porque o Brasil e a Dança de Salão perdem com isso. Se formos em qualquer cidade brasileira, hoje em dia já se dança o samba de gafieira, mas com certeza os nomes dos passos diferem de cidade para cidade e passos tradicionais não são ensinados.
Um syllabus (ou pelo menos a adoção de uma padronização simples) permitiria a homogeneização do ensino e facilitaria dançarinos de academias diferentes dançarem entre si, coisa que muitas vezes se torna uma batalha entre o casal dançante. Diriam alguns: "mas isso impediria a criatividade e tornaria a dança uma coisa engessada...".
É um erro muito grande pensar assim pois uma padronização permitiria apenas que o ensino inicial fosse homogêneo e preservaria os passos tradicionais (puladinho, pião, balão apagado, cruzado etc). Após o aprendizado inicial o aluno poderia aprender qualquer "invenção" de seu professor, que ensinaria os seus próprios passos e os tradicionais mais avançados.
Não teríamos apenas esses benefícios pois facilitaríamos a exportação do nosso samba de gafieira. Vejam o exemplo da capoeira e do tango argentino. A brasileiríssima capoeira preserva sua cultura e tem muito mais adeptos pelo mundo que nosso samba de gafieira. O Tango argentino é ensinado e dançado pelo mundo todo e os profissionais argentinos são dos mais requisitados para shows e workshops em todos os lugares. Na Salsa também vemos a preservação da cultura e profissionais brasileiros e estrangeiros sempre pesquisando para estarem sempre dentro do padrão, embora existam pelo menos dois padrões muito fortes. Outro exemplo é o swing americano, o lindy, o rock e a diversas variações, onde profissionais do mundo todo preservam a forma de dançar. Nós aqui, vocês sabem, deturpamos e criamos o soltinho e o samba-rock. Fizemos o mesmo que eles fizeram ao criarem o samba internacional de competição. Mas pelo menos já existem profissionais por aqui que ensinam as danças americanas como elas são e temos a autoria dessas duas variações nacionais de dança "solta" americana. Na nossa dança de salão nós (eu não me incluo nessa) não preservamos nossa cultura, visto o que aconteceu com a lambada onde a maioria dos profissionais sabem que a dança atual do zouk nada mais é que uma evolução da lambada e chegam a dizer que é uma dança francesa. Essa dança é nossa e pelo menos deve ser chamada de lambada-zouk. Vale lembrar, principalmente aos paulistas, que o nome da dança não é "gafieira" e sim samba de gafieira ou simplesmente samba, caso estejamos no ambiente de dança de salão. Gafieira é o local onde se dançam diversos tipos de dança e ao usar apenas a palavra gafieira também estamos perdendo a palavra forte do marketing de nossa dança para o mundo que é "samba". É correto chamar de samba de salão, porém "samba de salão" não é apenas o samba de gafieira mas também o samba internacional de competição, o (samba) pagode (paulista) e outras variações que possam ter existido ou que venham a existir. Vejam agora no vídeo abaixo a opinião de Carlinhos de Jesus.
O áudio da entrevista está com uma pequena perda de sincronia devido ao youtube não converter bem o arquivo enviado.
Entrevista com Carlinhos de Jesus sobre a padronização.
Marco Antonio Perna conversa com a profa. Maria Antonietta sobre suas participações em filmes e novelas.
Eu dançando...
Pião, trança, facão, faquinha, romário, gancho redondo - Samba de Gafieira em 1999.
Eu dançando...
Na gafieira Elite, com máquina fotográfica Roda de aniversário Domingueira da Paulinha - Gafieira Elite 16.11.2014 Filmado por Maria Carla Fontenelle
Eu dançando...
Na gafieira Elite, com máquina fotográfica de novo Domingueira da Paulinha - Gafieira Elite - 02.11.2014
Eu dançando...
Na no Centro de Dança Jaime Arôxa, meados para o final da década de 1990.
dancadesalao.com no GNT provavelmente em 1999.
]]>http://www.marcoantonioperna.com.br/blog2/index.php?entry=entry150612-1927022015-06-12T00:00:00Z2015-06-12T00:00:00Z» Por que eu não tiro você para dançar? Parte 2
A primeira parte deste artigo, na edição 90 deste jornal, foi muito compartilhada nas redes sociais. A maioria dos comentários discordantes se referia às senhoras que fazem tudo o que falei (são simpáticas e dançam bem) e, mesmo assim, tomam chá de cadeira.
Conversei com algumas, recebi depoimentos e posso agora falar de cadeira: a culpa não é das damas. Para a situação apresentada por elas, o problema é outro e a solução ainda é um mistério. Do que eu estou falando? Dos bailes de terceira idade no Rio de Janeiro. Neles praticamente inexistem cavalheiros que não sejam dançarinos de aluguel ou professores. Aí não adianta ser simpática com o rosto e, sim, simpática com o bolso. Infelizmente tudo se resume a isso: pagar a um dançarino e ser feliz. É a situação ideal? NÃO! Mas é a solução momentânea (talvez definitiva) para a maioria das damas que hoje estão na terceira idade. O dançarino de aluguel exerce uma atividade socialmente importante e tem seu lugar no mercado da dança. O problema não é o dançarino de aluguel, mas os “milhares” de dançarinos de aluguel que existem hoje.
Todo mundo sabe que um gafanhoto pode ser discípulo de Kung Fu. Alguns gafanhotos, as crianças acham bonitinhos. Os mais velhos, ao verem gafanhotos, falam sobre esperança. Mas MILHÕES de gafanhotos, em nuvens de proporções bíblicas, se tornam uma praga devastadora. É o que ocorre hoje com os dançarinos de aluguel: uma praga bíblica nos salões cariocas. Se bem que, em pequena proporção, por baile, não traria problema algum.
Qual a solução? Não sei. O aumento dos dançarinos de aluguel aconteceu de forma gradativa, há uns 20 anos. Eles surgiram para suprir a falta de cavalheiros nos salões. Por desinteresse ou vergonha dos homens em entrar para a dança de salão, pois, de acordo com o IBGE, a proporção de homens e mulheres no Brasil é bem semelhante, com vantagem maior para as mulheres na faixa da terceira idade. Então, com poucos cavalheiros, surgiu espaço para a atividade do dançarino de aluguel. Com o tempo, o problema se agravou. Por quê? Os cavalheiros normais não podiam competir em qualidade de dança com os dançarinos de aluguel, geralmente jovens e, obviamente, profissionais.
Isso intimidou os cavalheiros e fez reduzir ainda mais a quantidade deles nos bailes. Prato cheio para aumentar o número dos de aluguel e assim criar um círculo vicioso que gera mais cavalheiros de aluguel. Ao ponto de atualmente, na maioria dos bailes de terceira idade, quase não ter cavalheiros não profissionais. Ou seja, no caso das senhoras que frequentam os bailes de terceira idade a única solução no momento é pagar. Para mudar isso só com a mudança total da dança de salão, que só existe resistente nos subúrbios cariocas. Na elite da dança temos uma maioria de alunos antigos que querem cada vez mais passos acrobáticos e músicas rápidas. O que assusta quem tenta entrar na dança de salão e faz com que os bailes dessa elite sejam de perfil profissional. Essa elite acaba gerando mais profissionais de aluguel e não mais dançarinos normais em quantidade para grandes bailes de “família”. Com isso a dança de salão perde público, porque forma apenas concorrentes e não dançarinos normais. Mas esse assunto é pro próximo mês.
Senhoras, sejam simpáticas, com o rosto ou com o bolso, dependendo do baile.
Publicado no jornal Falando de Dança 92 em maio de 2015: http://issuu.com/dancenews/docs/edi____o_92_completa_para_leitura/5]]>http://www.marcoantonioperna.com.br/blog2/index.php?entry=entry150514-1459232015-05-14T00:00:00Z2015-05-14T00:00:00Z» Você sabe quem foi Adriana Van Lima?
Muitas vezes pessoas importantes se vão e não sabemos quem são, mas com certeza a maioria dos profissionais e praticantes de dança de salão já ouviu falar da Cia Dom, não? Adriana foi a mulher por trás de Patrick Carvalho (criador, junto com ela, da Cia) e que o incentivou, apoiou, ajudou nas coreografias e ensaios da Cia, desde sua criação em 2006. Se não fosse o encontro deles talvez a Cia Dom não existisse, afirma Rodrigo Marques, profissional de dança e amigo do casal. Mas com ela e Patrick se tornou um sucesso.
Nascida em Manaus em 1976, Adriana de Lima iniciou-se no mundo da dança na época da explosão da Lambada, aos 13 anos. Logo seu irmão Reinaldo (Rei Lima) a chamou para treinar com ele várias danças. Chegou a ser dançarina do grupo Carrapicho, antes da fama do grupo. Em 1993 foi dançar com seu irmão, acompanhando uma banda de forró, em festival em Belém. Lá, viram a apresentação da Cia de Dança Carlinhos de Jesus no mesmo festival e, maravilhados com a dança carioca, foram falar com Carlinhos (Reinaldo falou, porque Adriana sempre foi mais quieta). No início do ano seguinte já estavam batendo na porta da Casa de Dança Carlinhos de Jesus, onde Stelinha Cardoso e Carlinhos os receberam calorosamente e os puseram logo para participar de todas as aulas.
Reinaldo e Adriana trouxeram na bagagem, para o Rio, passos aéreos e circences, além de uma explosão diferente na dança. Logo Adriana foi mãe de Thalita, sua única filha, e saiu momentaneamente da dança. Mas o retorno não tardou e ela e seu irmão ingressaram na Cia de Dança Carlinhos de Jesus.
Vários anos se passaram com ela brilhando no palco, onde participou dos Espetáculos “Isto é Brasil” e “Pé na Estrada” (e até ganhou um Estandarte de Ouro, pela Comissão de frente da Mangueira). Por volta de 2002 Patrick viu uma apresentação sua. Maravilhado, logo procurou aquela que seria sua futura esposa em 2005. Adriana no início achou Patrick muito jovem e não acreditou que seria seu parceiro de vida. Não que a diferença fosse grande, mas Patrick tinha apenas uns 17-18 anos. Saindo da Cia de Dança Carlinhos de Jesus e fundando a Cia Dom, logo começou também sua carreira internacional. Em 2009 integrou o espetáculo “Brasil Brasileiro”, com turnê pela Europa e Emirados Árabes. Em 2010 ministrou workshop de samba de gafieira e samba no pé para mulheres, na Alemanha e em Boston-EUA. Participou de diversos shows de artistas, como o da cantora Alcione, e na TV. Em 2008 participou como mulata do carnaval para vinheta da Rede Globo.
Essa foi uma pequena amostra do extenso currículo de dança de Adriana, que só por essas poucas linhas podemos ver que ela não estava apenas procurando holofotes, mas estava realizando um belo trabalho na dança, que muita dançarina famosa de rede social está longe de atingir. Essa foi Adriana Van Lima.
Em 2012 o inesperado ocorre. Adriana teve câncer de mama diagnosticado e logo deu início ao tratamento. No mesmo ano ela criou turmas de dança para mulheres com câncer de mama, para elevar a autoestima delas, projeto que lhe valeu uma moção da Alerj. Essa foi Adriana Van Lima.
Segundo seu irmão, provavelmente na retirada do nódulo da mama o câncer já tinha se espalhado, mas ninguém ficou sabendo. Começava uma batalha dramática, cuja real gravidade ela não demonstrava para as pessoas em volta. Basta ver a foto de Adriana que ilustra este artigo, tirada em 13 de novembro de 2014, com ela se apresentando com a Cia Dom no teatro Cacilda Becker. Linda, poderosa, nada indicava, para quem não estivesse realmente perto dela, a sua situação. Eu só a conhecia de fotografar e cumprimentar em bailes e só fiquei sabendo da internação e gravidade do seu estado algumas semanas antes do seu falecimento, quando o dançarino Kiko começou a postar nas redes sociais que a estava visitando no hospital. Adriana morreu em 11 de março de 2015, aos 38 anos, no Rio de Janeiro, de complicações causadas por metástese surgida após o câncer de mama.
Publicado no jornal Falando de Dança 91 em abril de 2015: http://issuu.com/dancenews/docs/ed_91_completa_para_leitura/5]]>http://www.marcoantonioperna.com.br/blog2/index.php?entry=entry150414-1518482015-04-14T00:00:00Z2015-04-14T00:00:00Z» Por que eu não tiro você pra dançar? Parte 1
Antes de mais nada, é importante repetir uma dica que sempre dou. Se você é nova na dança de salão, seja simpática com todos e, à medida que for evoluindo, continue assim. Nada pior que uma dama com anos de dança de salão que faz cara feia para os iniciantes. Muitas vezes eles se tornam bons dançarinos e se você tiver sido simpática provavelmente eles continuarão te tirando para dançar. O chá de cadeira começa a ser delineado muitos anos atrás, a partir de seu comportamento. O dançarino só vai te tirar para dançar em poucas situações e talvez a principal seja a simpatia por você. Fiz uma enquete pelos salões e, não necessariamente na ordem de prioridades, pois cada cavalheiro pensa diferente, obtive algumas razões para você ser tirada para dançar. A primeira razão seria a amizade pela dama (que surge através de simpatia mútua). A segunda razão para ele te tirar para dançar seria ele gostar de dançar com você. Mas, veja bem, se ele gostar de dançar com você, mas se sentir rejeitado, ou você for arrogante, ele vai parar de te tirar. Aí alguém me pergunta se não é a beleza que faz o dançarino tirar alguém. A resposta é simples. Provavelmente, na primeira vez que o dançarino vê uma moça bonita, ele vai, sim, querer tirá-la para dançar. Mas nas próximas vezes a beleza já não vai contar tanto. Vai depender dele gostar de dançar com ela e dela ter sido simpática com ele, pois se ela fizer cara feia, informando que ele não tem chance, tão cedo ele não a convidará novamente. Aí vem o momento de inteligência emocional, que algumas damas têm, em dar a entender ao cavalheiro que ele não tem chance, mas que gostou de dançar com ele. Ao fazer isso com simpatia ela vai ter um escra..., digo, um dançarino aos seus pés por muito tempo. Bem, a pergunta que não quer calar: “E as feias?”. Têm de ser simpáticas, só isso. Não precisam dançar bem, só precisam que os cavalheiros gostem delas, como amigas,e que a dança dos dois não seja um desastre. Tem dançarino que sai dançando com todas as damas, sem restrição, com dois objetivos distintos: o primeiro, se aperfeiçoar (geralmente é o caso de quem está aprendendo) e o segundo, fazer uma seleção das possíveis paqueras da noite (embora geralmente não dê em nada, segundo fontes...). A maioria das razões para levar ou não chá de cadeira se resume em simpatia e amizade. Donde se conclui que as damas devem priorizar esses dois pontos. Além dos quesitos simpatia e amizade, existem outros motivos para não ser chamada para dançar. Um cavalheiro pode não ter coragem de tirar para dançar uma dama que dance super bem ou que dance muito com profissionais ou dançarinos com anos de bailes. A menos que ela se mostre super simpática, diga que ele é ótimo e que deve tirála para dançar novamente. Mas sabe quando isso ocorre? Quase nunca... Ficar com aquela cara de quem comeu e não gostou, quando estiver dançando com alguém, também pega mal. Eu mesmo reparo em damas dançando assim e passo a prestar atenção em como elas se comportam comigo e daí decido se paro ou não de tirá-las para dançar. Tem dama que acha que cavalheiro que dança colado quer sempre dar em cima e começa a evitálo. Ele muitas vezes poderia até ter interesse, mas como gostou de dançar com ela prefere manter o prazer em dançar. Mas a dama não percebe isso e se afasta. Culpa dessa dança atual onde só é bacana dançar samba rápido. Além do curso de samba- canção que tem por aí, que devia ser dado em todas as escolas, deviam dar curso de pagode lento da década de 90 e colocar mais músicas lentas em bailes como o samba “Escurinho”. É melhor, mais gostoso e dançar bem um samba lento demonstra muito mais qualidade de dança do cavalheiro do que dançar um samba rápido, que apenas mostra quem tem preparo físico. Resumindo. Sejam simpáticas e simpáticos. Em praticamente todas as situações a solução passa pela simpatia. Se estivesse vivo, o profeta Gentileza concordaria e diria: “Simpatia gera simpatia”. Mas como ele se foi, eu mesmo digo e continuarei repetindo. Mande sua opinião para que eu coloque na continuação deste artigo.