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Marco Antonio Perna é analista de sistemas e pesquisador, com mestrado em sistemas e computação. Desde 1997 pesquisa a dança de salão sendo o criador do portal Agenda da Dança de Salão Brasileira que no final do século 20 uniu os dançarinos brasileiros pela internet. É autor do livro "Samba de Gafieira: a história da dança de salão brasileira", do livro "Dança de Salão Personagens e Fatos" e já escreveu artigos e textos de danca de salão para os Correios e para jornais de dança como: Dança e Saúde, jornal Dance, Dance News e Falando de Dança. Também escreveu artigo para o livro da coleção "As Melhores Dicas da Dança de Salão", da editora Delprado. Participou de congressos de dança de salão e promoveu seis edições do congresso Salão Rio Dança. Como dançarino de salão teve aula com Jaime Arôxa e seus instrutores e também com João Carlos Ramos da Cia. Aérea.
Fotógrafo ? Escritor ? Pesquisador ? Já fiz um monte de coisa na Dança de Salão. Fui promoter, organizador de congresso de dança, DJ, editor (e implementador) de portal de dança, escrevi livros, organizei livros com coautoria, dancei em bailes, assisti aula de dança, fiz apresentação como aluno, escrevi para jornais de dança, fotografei shows e eventos de dança desde 1997. A única coisa que não fiz na dança foi ser professor. Já basta eu dançar mais ou menos, ser professor seria demais… Chega-se num ponto da vida que devemos refletir sobre quem somos nós. A partir daí podemos entender quem somos e trilhar caminhos coerentes com mais facilidade (ou não). Foi nesse ponto que Isnard Manso chegou no início de 2013. Isnard já tinha uma carreira sólida na Dança de Salão, com escola de dança própria e outros empreendimentos relacionados. Um desses empreendimentos era sua companhia de dança com a qual já havia montado alguns espetáculos e nesse momento era o caminho para expressar sua necessidade de mostrar a todos que conhecem seu trabalho o que era ele naquele momento. Isnard é como a maioria de nós, uma pessoa que se aproxima de outras pessoas com ideias próximas ou que se complementam. Sua companhia é um reflexo disso e o resultado foi a montagem de um espetáculo que mistura várias linguagens e abordagens e aproveita as experiências de seus componentes. Nada daquele lugar comum de coreografia de dança de salão, que eu não aguento mais ver (faz 21 anos que não paro de ver...). Na verdade uma desconstrução de uma coreografia tradicional, misturada com elementos de interpretação teatral e muitas, mas muitas surpresas de deslocamento espacial, não se restringindo ao palco tradicional. São essas surpresas que desafiam a ordem de um espetáculo tradicional de uma companhia baseada em profissionais oriundos da dança de salão. É esse elemento surpresa, acrescido do talento dos dançarinos e das coreografias executadas em cada momento que fazem a diferença. Assisti esse espetáculo com intuito apenas de fotografar, aliás, um desafio para qualquer fotógrafo que não saiba como vai desenrolar o espetáculo. Acho que até sabendo é difícil. Normalmente não tenho como escrever quando fotografo, pois ou se assiste ao espetáculo para ter discernimento para poder escrever ou se fotografa. Então por que estou escrevendo ? Simples, não posso assistir de novo com o mesmo elemento surpresa, e esse espetáculo tem um enorme elemento surpresa. Tão forte que apesar de eu ter fotografado quase o tempo todo, a sensação que tive marcou profundamente e com isso eu pude escrever algumas linhas. O grande problema é escrever sem gerar “spoilers”, e no caso do espetáculo “Quem Somos Nós”, da Cia de Dança CCC qualquer coisa que eu fale elogiando vai tirar a surpresa. Mas, não se preocupe, a Cia tem DVDs com seus espetáculos gravados e caso você não tenha conseguido ver, basta comprar o DVD.
O que eu posso falar é que é muito bom ver dançarinos como Jefferson Bilisco, Kadu Vieira e Thiago Jully conduzindo suas damas. Cada um deles diferentes, na dança, no tamanho, na cor, no cabelo. Quem não identifica a silhueta do Bilisco a quilômetros de distância ? Sua interpretação icônica o faz um dançarino único onde sua face faz parte da dança da mesma maneira que seu pé ou braço. Thiago Jully é outro que tem sua identidade nos movimentos de sua dança, sua plasticidade é “felomenal” como diria o personagem do grande José Wilker. Mas, faz a barba… Já Kadu Vieira é aquele cara que parece o Fred (o do Fluminense) da dança de salão. “Cuidado, o Kadu vai te pegar...”. Ou seja, nada de dançarinos sem personalidade. Já as meninas, ah, as meninas… Além da beleza, temos dançarinas também de todos os tipos. O problema de elogiar meninas separadamente é justamente não poder brincar, como no caso dos meninos... E são cinco meninas, Ana Luiza Garcez, Cátia Cabral, Dandara Ventapane, Viviane Gomes e Laryssa França.
Claro que nessa conta duas meninas vão dançar em algum momento juntas. Unindo a responsabilidade de dançar como cavalheiro e dama num mesmo espetáculo.
É muita menina. Estou falando menina porque a gente olha pra Laryssa e seu jeito moleca de dançar e imagina que ela tem no máximo 18 anos, as outras não muito além disso. Passista, é o que me vem a mente ao ver Dandara dançando. Sua dança e tipo físico parece que foi moldada para dançar com o Kadu, embora eu diria que ele é que foi moldado, pois a perfeição está nela. Já Viviane é a versão feminina do Bilisco, ou será que o Bilisco é a versão masculina dela ? Cátia coloca o elemento clássico em cena, embora ela o esconda muito bem, mas quem conhece, sabe. Se eu não soubesse que a coreografia era do Isnard, eu chutaria que era da Cátia. Já a Ana, uma grata surpresa, a única que eu nunca tinha visto dançar, e como dança.
Só esse elenco já seria motivo para assistir o espetáculo. Os outros motivos infelizmente não posso falar para quem ainda não viu. Só posso dizer, VEJA.
Publicado no jornal Falando de Dança.
Rio, 11.05.2014,
Marco Antonio Perna
Fotos em:
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.586159201481601.1073741915.266182260145965
e (no teatro do TCE/RJ)
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.594997267264461.1073741918.266182260145965
Publicado no jornal Falando de Dança 81 em junho de 2014: http://issuu.com/dancenews/docs/ed_81_completa_para_leitura/5
Fotos de minha autoria utilizadas em divulgações do espetáculo:
Em espetáculo na Gamboa
Em espetáculos no próprio CCC.
No teatro do TCE/RJ
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