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Marco Antonio Perna é analista de sistemas e pesquisador, com mestrado em sistemas e computação. Desde 1997 pesquisa a dança de salão sendo o criador do portal Agenda da Dança de Salão Brasileira que no final do século 20 uniu os dançarinos brasileiros pela internet. É autor do livro "Samba de Gafieira: a história da dança de salão brasileira", do livro "Dança de Salão Personagens e Fatos" e já escreveu artigos e textos de danca de salão para os Correios e para jornais de dança como: Dança e Saúde, jornal Dance, Dance News e Falando de Dança. Também escreveu artigo para o livro da coleção "As Melhores Dicas da Dança de Salão", da editora Delprado. Participou de congressos de dança de salão e promoveu seis edições do congresso Salão Rio Dança. Como dançarino de salão teve aula com Jaime Arôxa e seus instrutores e também com João Carlos Ramos da Cia. Aérea.
Alípio Paiva - 03/08/2011
Ainda na manhã de daquela sexta-feira, 29 de julho de 2011, acreditava piamente que meu final de tarde não seria muito diferente do normal.
Tinha, sim, um compromisso diferente marcado para as 16 horas. Participar, como um dos colaboradores, do lançamento do livro "200 anos de Dança de Salão". Na minha cabeça, compromisso mais ou menos rápido. Nada que evitasse a passadinha de toda sexta, às 19 horas, no Alfarrábios para tomar a cervejinha belga preta.
Não deu (pra passar no Alfarrábios).
Para mim, pelo menos, foi uma surpresa e tanto. Uma ótima surpresa,
acrescento e explico: é que aquele lugar ali é terrível. Não a Fundação Calouste, que sempre foi muito bem organizada. Falo sobre o entormo, a região, aquele trecho da rua Benedito Hipólito. Uma área da Praça Onze longe de qualquer coisa boa - tirando a época do carnaval, é claro, porque fica bem colada à Marques de Sapucaí. Mas, fora do reinado de Momo, o barzinho mais perto fica no térreo do edifício
Balança-Mas-Não-Cai. Um bar muito do mixuruca, aliás. De resto, um local desaconselhável para senhoras desacompanhadas e cidadãos distraídos.
Deu até pra entender o porquê de ser uma tarde e não uma noite de
autógrafos. Se bem que por lá é tudo tão contra-mão que nem mesmo
ladrões de pedestres, pivetes e flanelinhas fazem ponto nas redondezas. Tirando, é claro, um vagabundo de passagem que aproveitou para assaltar nossa amiga Aletheia - professora de DS em Niteroi - quando saía do evento.
Por tudo, entretanto, pensei comigo:
bem, somos dezesseis os autores; uns nove de nós devem aparecer e aí
formamos uma mesa de bate-papo sobre Dança de Salão. Tipo de conversa
que me faz viajar por horas e horas. De qualquer forma, será um final de sexta-feira agradável.
Mas, quebrei a cara com prazer.
Pintaram no pedaço alguns dos melhores símbolos vivos do nosso Samba de Gafieira. Dirão os cínicos que os símbolos mortos não poderiam mesmo aparecer. Pois, discordo. Alguns do outro mundo também deram o ar da graça. Naquela sala, por algumas horas, todas as energias eram pura Dança de Salão. Num segundo, juro, vi a Maria Antonieta encostada
numa pilastra prestando atenção na nossa conversa - exatamente como ela fazia na Estudantina, observando os pés dos dançarinos e tecendo elogios e críticas com olhares impagáveis. Tudo já estava uma delícia quando, não mais que de repente, adentra a sala um cara mais ou menos conhecido. Um tal de Carlinhos de Jesus. Falar mais o quê? É... faltaram a música e a pista encerada.
Lembro que disse ao Perna que tarde ou noite de autógrafos nem sempre são termômetros de sucesso de livro. Certa vez, em plena Livraria da Travessa, no Leblon, fui um dos apenas cinco gatos pingados a pegar a assinatura da Danuza Leão no lançamento de sua autobiografia. Ainda assim, depois, foram mais de dez mil os exemplares vendidos. Também já enfrentei fila de trezentos pra pegar a rubrica do Jô Soares no “Xangô de Baker Street”. Hoje a gente acha esse livro aí por cinco reais em sebos da rua da Constituição.
Disse tudo o que disse apenas para confessar minha admiração e agradecer ao Perna pelo esforço e determinação que já consumiram – além de muitos reais de seu bolso - bem uns de quinze anos de sua vida. É um amor tão obsessivo pela Dança de Salão que, admito, me contaminou dos pés à cabeça.
Conte sempre com a gente, meu amigo.
Alípio Paiva - 03/08/2011
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Opiniões/Comentários
Muito legal a crônica. Só faltou dizer que o livro foi lançado dentro da exposição de mesmo tema, que integrou o projeto Prêmio Cultura da Dança de Salão, sobre o qual se pode saber mais aqui: www premioculturadadancadesalao blogspot com.
Abraços,
Leonor Costa
Curadora da exposição
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