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Marco Antonio Perna é analista de sistemas e pesquisador, com mestrado em sistemas e computação. Desde 1997 pesquisa a dança de salão sendo o criador do portal Agenda da Dança de Salão Brasileira que no final do século 20 uniu os dançarinos brasileiros pela internet. É autor do livro "Samba de Gafieira: a história da dança de salão brasileira", do livro "Dança de Salão Personagens e Fatos" e já escreveu artigos e textos de danca de salão para os Correios e para jornais de dança como: Dança e Saúde, jornal Dance, Dance News e Falando de Dança. Também escreveu artigo para o livro da coleção "As Melhores Dicas da Dança de Salão", da editora Delprado. Participou de congressos de dança de salão e promoveu seis edições do congresso Salão Rio Dança. Como dançarino de salão teve aula com Jaime Arôxa e seus instrutores e também com João Carlos Ramos da Cia. Aérea.
O título acima é a tradução literal do filme, de 2003, "A Última Dança" com Patrick Swayze e talvez seja realmente a essência desse filme. Perdemos Patrick em 14 de setembro de 2009 e a primeira ideia que vem na cabeça é falar sobre o cultuado filme "Dirty Dancing". Filme que impulsionou Patrick para a fama, depois coroada em "Ghost". Patrick soube aproveitar e teve a década de 1990 como o auge de sua carreira cinematográfica. Alguns poucos sabem que ele já era dançarino e cantor de final de semana. Temos umas das músicas temas de "Dirty Dancing" cantada pelo próprio Patrick, "She's Like The Wind". Foi um bom cantor, mas melhor ator e melhor ainda bailarino. Isso bailarino, ele não era um dançarinozinho, sua mãe Patsy Swayze tinha uma escola de ballet onde ele iniciou seu aprendizado, casou com a esposa de toda a vida, e dali seguiu para outras escolas importantes de dança. Ou seja, poucos sabem mas ele não era "ator" que dançava, era "bailarino" que atuava que nunca pode mostrar seus verdadeiros dotes. Mas, peraí ? Em "Dirty Dancing" ele era um ótimo bailarino, não ? NÃO!! Essa a resposta do próprio Patrick. Para ele seu personagem era um bailarino autodidata que tinha talento mas como não tinha estudo sério não chegou a lugar algum (bem, só ao coração da personagem de Jennifer Grey, que não foi pouca coisa).
Uma visão bem interessante, não ? Na vida real quantos de nós trabalhamos com o que realmente gostamos ? Com o que deixa a gente feliz ? Poucos felizardos tem essa felicidade mantendo-se financeiramente de maneira digna. A maioria até descobre o que gosta mas acaba seguindo um caminho paralelo que a vida o leva e o permite se sustentar. Claro que se sustentar no caso de Patrick é piada, pois ele deve ter ganho muito bem com seus filmes. Mas será que ele não sentia falta da dança ? A resposta está em seu filme "A Última Dança" onde ele contracena com a esposa e diretora do filme, Lisa Niemi, tem as coreografias de sua mãe Patsy, participação de sua irmã bailarina Bambi Swayze e a muito benvinda participação de George de La Peña, excelente bailarino que fez vários filmes de ballet, em especial a cinebiografia de Nijinsky, de 1980, como o próprio Nijinsky. "A Última Dança" foi feito exatamente para preencher essa lacuna e mostrar ao mundo que Patrick era realmente um bailarino.
No cinema Patrick fez o caminho oposto de John Travolta, que não era bailarino de formação e sim um ator com aulas de dança e voltado para musicais que depois do sucesso de "Os Embalos de Sábado a Noite" de 1977 e "Grease" de 1978, fez muita aula de dança para encarar a continuação "Os Embalos de Sábado a Noite Continuam" de 1983 onde não fez feio. Enquanto Travolta se superava, Patrick ficava engessado em "Dirty Dancing". Curioso, não ? Com isso sua carreira de ator deslanchou e numa década sem grandes filmes de dança ele não tinha muito do que reclamar. Depois disso ainda foi lembrado e chamado para "Dirty Dancing 2: Noites de Havana", filme que comparado com qualquer que eu tenha citado até aqui é bem fraco, embora sirva como sessão pipoca.
"A Última Dança" mostra bailarinos já com carreira encerrada dando a volta por cima e enfrentando todo o tipo de problema físico e psicológico de uma tentativa de retorno em uma profissão onde a idade conta muito. Não podia ser mais bem encaixado com a vida do próprio Patrick, embora o bailarino do Filme tenha sido bailarino a vida toda e Patrick não (do ponto de vista de ganha pão), a volta e a compreensão da própria vida deve ter sido ingrediente fundamental. É um filme bonito, com inúmeras belas apresentações de dança e cumpre maravilhosamente seu papel. Se tivesse sido lançado em 2008 teriam dito que Patrick teria fechado sua carreira de bailarino-ator com chave de ouro. Valer notar duas músicas brasileiras ao assistir o filme.
Bem, espero que Fred, Ginger, Gene, Sammy, Irene e Vernon, Bob (Fosse), Gregory e tantos outros o tenham recebido em Paz.
Rio de Janeiro, 19/01/2010
Marco Antonio Perna
www.pluhma.com/blog
www.dancadesalao.com/agenda
Artigo publicado em Fev/2010 na edição 28 do jornal Falando de Dança, do Rio de Janeiro.
http://issuu.com/dancenews/docs/ed-28---completa-para-leitura/07
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