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Marco Antonio Perna é analista de sistemas e pesquisador, com mestrado em sistemas e computação. Desde 1997 pesquisa a dança de salão sendo o criador do portal Agenda da Dança de Salão Brasileira que no final do século 20 uniu os dançarinos brasileiros pela internet. É autor do livro "Samba de Gafieira: a história da dança de salão brasileira", do livro "Dança de Salão Personagens e Fatos" e já escreveu artigos e textos de danca de salão para os Correios e para jornais de dança como: Dança e Saúde, jornal Dance, Dance News e Falando de Dança. Também escreveu artigo para o livro da coleção "As Melhores Dicas da Dança de Salão", da editora Delprado. Participou de congressos de dança de salão e promoveu seis edições do congresso Salão Rio Dança. Como dançarino de salão teve aula com Jaime Arôxa e seus instrutores e também com João Carlos Ramos da Cia. Aérea.
No meu último texto sobre filmes falei sobre meu receio em rever um filme que gostei na primeira vez, afinal não dá para saber se vamos gostar novamente. Já em "Vem Dançar", com Antonio Banderas, meu receio é falar mal, muito mal sobre esse filme B. B de bom, mas apenas isso.
Na verdade o problema não é a canastrice do banderas, nem a fotografia. Ao final da exibição, é atendido o objetivo de deixar o espectador sair feliz. É um autêntico filme pipoca. Apesar de não merecer estar na minha prateleira especial de filmes de dança, está logo abaixo.
O ponto principal é a ausência de detalhes que tanto elogio em filmes como "Sob a Luz da Fama" ou "Dança Comigo?" (japônes). E existe um detalhe (ou dois) que tira qualquer boa-vontade com esse filme. Leiam a sinopse oficial, abaixo.
"Antonio Banderas estrela Vem Dançar, um drama inspirado na história real de Pierre Dulaine, um professor e competidor que ensina dança de salão como voluntário a um grupo variado de alunos do ensino médio de uma área carente do centro de Nova York, mantidos de castigo. A princípio, os alunos estão desconfiados quanto a Dulaine, principalmente quando descobrem que ele está ali para ensiná-los a dançar, mas seu comprometimento e dedicação inabaláveis pouco a pouco os inspiram a abraçar o programa. Na verdade, eles chegam a levar a idéia um passo adiante, combinando a dança clássica de Dulaine com o estilo e a música hip hop, criando uma fusão única e cheia de energia. Quando Dulaine se torna um mentor para seus alunos, muitos dos quais não tiveram muito pelo que lutar em suas vidas, ele os motiva a aprimorar suas habilidades para uma competição de dança de salão de muito prestígio da cidade e, em troca, eles compartilham valiosas lições sobre orgulho, respeito e honra."
A história real de Pierre Dulaine, na qual o filme é baseado, é uma lição de vida. Um profissional que busca ajudar o próximo mesmo sabendo do trabalho que virá e que não tendo obrigação alguma, não desiste.
Mas Dulaine deu azar no cinema. Sua história, apesar de exemplar, é umas das mais batidas na indústria cinematográfica. Se você vê filmes com frequência, com certeza já assistiu algum onde um professor consegue ajudar seus alunos a crescerem como pessoas e aprenderem coisas importantes, seja com basquete, matemática, inglês, natação etc. Para piorar, no quesito dança, quantos filmes você já viu onde a dança em questão tem que lutar para ficar ao lado do Hip-hop ? Em um filme onde os únicos detalhes são esses temos que tentar conferir então a qualidade da dança. Mas o que vemos é um Banderas com desempenho de um famoso da Dança dos Famosos, do Faustão. Embora, tenho que admitir, ele engane muito bem.
Para se ter idéia do que essa sinopse oficial e o trailer são capazes, leiam abaixo minha crítica antes de eu ter assistido, em 2006, pela primeira vez esse filme.
"Filme sobre dança de salão "Vem Dançar (Take The Lead)". Não gaste com entradas de cinema! Esse é mais um filme do tipo "professor assume turma de desajustados e coloca-os no bom caminho", só que dessa vez ao invés de história, matemática ou basquete o que é ensinado é dança de salão. Esse filme não está aos pés de um Baila Comigo (japonês) ou do australiano Vem Dançar Comigo, e nem a fotografia merece uma tela de cinema (quase nenhuma merece). Mas como somos fanáticos por dança de salão não podemos deixar de assistir. Esperem chegar nas locadoras pois assim poderemos voltar e repetir as cenas de dança para poder elogiar ou malhar o Banderas. Marco Antonio Perna (antes de assistir ao filme em 2006)"
"Após assistir reitero minha opinião de que é mais um filme sobre um tema batido e que não será nunca uma referência cinematográfica para a Dança de Salão, embora seja um filme "assistível". Marco Antonio Perna (após assistir ao filme em 2006)"
No filme, tirando os profissionais de ballroom dancing, os alunos do Banderas tem péssimo desempenho porque com apenas um ano de dança competem com profissionais com anos de estrada. Custava coloca-los em nível iniciante na competição ? Como terá sido a história real ? Ou seja, somente detalhes ruins. Qual a moral do filme ? Que tanto busco em filmes de dança ? Prefiro ficar com a lição de vida do verdadeiro Pierre Dulaine, um profissional de dança que colocou seu conhecimento em prol do encontro da cidadania por adolescentes que não tinham tido oportunidade. No Brasil vemos isso em diversos projetos sociais que levam música, dança, artesanato e diversos outros tipos de ensinos em comunidades carentes ajudando crianças e adolescentes a encontrarem um bom caminho.
No filme é abordado também o preconceito de ambas as partes entre os mais abastados e os menos favorecidos, mas não acho que o assunto tenha sido bem desenvolvido.
Desistiu de ver o filme ? Não faça isso! Simplesmente desligue seu senso crítico e assista sem esperar nada. Talvez até você goste do filme depois de ler minhas palavras, justamente porque se preparou para o pior e o filme saiu melhor que o esperado. Existem cenas ótimas também, que compensam a falta de detalhes. Acho até que estou ajudando as pessoas a gostarem do filme com minha crítica. Podem me malhar depois de assistirem. Deixem seu comentários em meu blog.
Rio de Janeiro, 21/12/2009
Marco Antonio Perna
www.pluhma.com/blog
www.dancadesalao.com/agenda
Artigo publicado em Jan/2010 na edição 27 do jornal Falando de Dança, do Rio de Janeiro.
http://issuu.com/dancenews/docs/ed-27---completa-para-leitura/08
Veja a página do filme e trailers clicando aqui.
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Opiniões/Comentários
Danço há 6 anos e para resumir a contribuiçao desse filme para a
dança de salao eu destaco a famosa cena de "tango" com uma loira que so serviu para confundir ainda mais o ser nao dançante a respeito do que é realmente tango. Deprimente.
Adorei sua comparaçao da atuaçao do Bandeiras com os famosos
do dança dos famosos. TUDO a ver. Parabens.
Vale a pena ver o filme Vem Dançar
Dê uma folga para o rigor crítico, relaxe na poltrona, solte a emoção. É a sugestão para saborear este saudável, edificante e gostoso filme. Sobretudo porque é um verdadeiro hino de amor à dança de salão. Em “Vem Dançar” (Take the Lead), com estréia dia 15 de junho, o ator Antonio Banderas fala tudo aquilo, e mais um pouco, que todos nós, que amamos e praticamos a dança de salão, não cansamos de repetir: é uma fonte de felicidade e pode sim operar transformações fundamentais na vida das pessoas, não importa a idade, sexo e classe social. O roteiro e a montagem resultaram num filme simples, linear e previsível. Mas de forte conteúdo social e cercado das melhores intenções. É a história de um professor e dono de academia que decide fazer um trabalho social, recuperando através da dança de salão estudantes de uma escola pública de Nova York que vivem na marginalidade. Aquela linha do professor altruísta enfrentando com coragem e nobre paciência a resistência de alunos rebeldes, contestadores e indisciplinados. Já explorada por Hollywood em dezenas de filmes sobre jovens e instituições escolares, sobretudo com ingredientes da luta racial. A diferença é que neste a matéria não é matemática, história ou geografia. É dança a dois, vista com preconceito e deboche por praticantes do hip hop e também por educadores mal informados. Chama a atenção que os protagonistas estão apresentados como as pessoas reais, há os bonitos e os feios, os bem e os mal vestidos, os abonados e os pobres, quem dança bem e quem dança mal. São pessoas que a gente poderia encontrar num baile ou academia. Por ser um filme claramente dirigido a quem gosta de dança de salão, a direção de Liz Friedlander fica devendo à nossa gulodice: poderia ter mostrado ainda mais dança, sem abusar tanto dos cortes de efeito. Ninguém reclamaria.
O lançamento de “Vem Dançar”, (o nome já um convite, a exemplo do título deste jornal, ainda bem que criado muitos anos antes), chega num momento muito bom da dança de salão, somando com o estímulo, já em curso, proporcionado pela TV em variados programas, principalmente a “Dança dos Famosos”, do Faustão. Merece ser visto e recomendado aos amigos.
Milton Saldanha - Jornal Dance 128, junho de 2006
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