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Marco Antonio Perna é analista de sistemas e pesquisador, com mestrado em sistemas e computação. Desde 1997 pesquisa a dança de salão sendo o criador do portal Agenda da Dança de Salão Brasileira que no final do século 20 uniu os dançarinos brasileiros pela internet. É autor do livro "Samba de Gafieira: a história da dança de salão brasileira", do livro "Dança de Salão Personagens e Fatos" e já escreveu artigos e textos de danca de salão para os Correios e para jornais de dança como: Dança e Saúde, jornal Dance, Dance News e Falando de Dança. Também escreveu artigo para o livro da coleção "As Melhores Dicas da Dança de Salão", da editora Delprado. Participou de congressos de dança de salão e promoveu seis edições do congresso Salão Rio Dança. Como dançarino de salão teve aula com Jaime Arôxa e seus instrutores e também com João Carlos Ramos da Cia. Aérea.


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Preconceito. É, preconceito. Palavra feia. No Brasil pensamos logo em preconceito racial com os negros. Peraí, pensamos não carapálida (cadê o hífen?), muita gente pensa, porque eu penso em várias formas de preconceito além dessa. Do gordo desde o maternal ao homossexual fora do carnaval, do feio na entrevista de multinacional ao pobre na entrada social.

Pois bem, é esse o ponto chave de "Billy Elliot". Apesar da preferência do pai pelo boxe, o pequeno Billy acaba se interessando por balé (ballet). Embora ambientado em um ambiente social machista, uma comunidade de mineiros na Inglaterra, "Billy Elliot" surpreende e comove, já que Billy recebe total apoio da família. Mas, claro, para receber esse apoio, muitos preconceitos precisam ser superados.

Você acha que é só em países de terceiro mundo existem comunidades inteiras com pouco estudo e nenhuma perspectiva de crescimento social ? Que é necessário ser descendente de escravo para isso ? Pois reveja seus conceitos. Tal como aqui ocorre nas comunidades carentes, na Inglaterra (e em outros países europeus) existem classes de trabalhadores onde a falta de cultura impera, onde a visão do mundo é estreita e onde existem todos os tipos de preconceito.

No caso de "Billy Elliot" nem é necessário dizer que a família de Billy inicialmente imagina que ele está virando homossexual. Entre mineradores, que ralam, fazem greve, piquetes e se orgulham de que homem joga futebol, luta boxe ou luta livre, balé TEM que ser coisa de bicha. Mas, convenhamos, até por aqui a maioria iria pensar parecido. Até com relação a dança de salão tem gente por aqui que imagina ser coisa de bichona. Imagina num país austero como a Inglaterra. Hum, será preconceito meu com os ingleses ?

"Billy Elliot" nos dá uma lição de superação, onde o menino talentoso que demonstra desde cedo sua necessidade de expressar-se artisticamente, seja tocando piano ou dançando, nos mostra que ser sensível não é necessariamente ser gay, mas se preocupar com a avó doente, chorar ao se lembrar da mãe e se expressar sem vergonha de ser feliz.

Ele não entra no balé de caso pensado. Entra deixando a vida o levar, como diria nosso poeta. Claro que depois precisa batalhar muito, porque nada é de graça. Aos poucos vai se conhecendo e ajudando a própria família a rever seus conceitos. Em certas ocasiões é necessário descer ao fundo do poço para que o confronto com a realidade permita a mudança de valores pré-estabelecidos. O balé em "Billy Elliot" nos mostra como a dança pode ajudar uma família inteira com o envolvimento proporcionado e não ser uma ajuda apenas a quem faz a dança.

Preconceito ? Não, preconceito não, mas SUPERAÇÃO. É isso que "Billy Elliot" nos mostra. Superação não só nas dificuldades da dança, como vemos em vários outros filmes desse tema, mas superação em cima de preconceitos, da extrema dificuldade financeira e do nível cultural familiar. É possível sim, sair de uma comunidade carente e alcançar o sucesso no balé. Em nosso país mesmo já foi noticiado casos de bailarinos que saíram de comunidades e foram para importantes balés internacionais.





Lago dos Cisnes prá cá, Lago dos Cisnes prá lá (sempre maravilhosamente), mas feliz mesmo fiquei ao ver e ouvir Fred Astaire cantando e dançando como inspiração ao sapateado de Billy. É, Billy também sapateia. Não entendi bem porque, mas se foi só para inserir Fred Astaire no filme já é um ótimo motivo.

Ah, vale tentar reconhecer o ator de Billy, Jamie Bell, como o rapaz Jimmy em King Kong de 2005 e o amigo nerd no filme Jumper de 2008. Eu admito, não tinha reconhecido quando assisti esses dois filmes. Uma vergonha.

Rio de Janeiro, 19/10/2009
Marco Antonio Perna
www.pluhma.com/blog
www.dancadesalao.com/agenda

Artigo publicado em Nov/2009 na edição 25 do jornal Falando de Dança, do Rio de Janeiro.
http://issuu.com/dancenews/docs/ed-25---completa-para-leitura/07

Veja a página do filme com trailer clicando aqui.



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