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Marco Antonio Perna é analista de sistemas e pesquisador, com mestrado em sistemas e computação. Desde 1997 pesquisa a dança de salão sendo o criador do portal Agenda da Dança de Salão Brasileira que no final do século 20 uniu os dançarinos brasileiros pela internet. É autor do livro "Samba de Gafieira: a história da dança de salão brasileira", do livro "Dança de Salão Personagens e Fatos" e já escreveu artigos e textos de danca de salão para os Correios e para jornais de dança como: Dança e Saúde, jornal Dance, Dance News e Falando de Dança. Também escreveu artigo para o livro da coleção "As Melhores Dicas da Dança de Salão", da editora Delprado. Participou de congressos de dança de salão e promoveu seis edições do congresso Salão Rio Dança. Como dançarino de salão teve aula com Jaime Arôxa e seus instrutores e também com João Carlos Ramos da Cia. Aérea.
Autor do samba "Baile no Elite" e várias outras composições e livros.
Marco Antonio Perna - Jul/2003
1) Qual data e local de seu nascimento ?
R: Nasci no Irajá, subúrbio carioca, em 9 de maio de 1942.
2) Qual é a sua formação acadêmica e a profissional musical ?
R: Sou bacharel em "Direito e Ciências Sociais" (está ssim no diploma) pela antiga Faculdade nacional de Direito da Universidade do Brasil, atual UFRJ. Quanto à música, não tenho instrução formal e nem sei ler partitura.
3) Quando escreveu o Baile no Elite ?
R: Foi na segunda metade dos anos 70, mas não posso precisar o ano.
4) Com quem fez e como foi o processo de criação ?
R: Escrevi a letra e dei para o João Nogueira musicar.
5) O que o inspirou e porque resolveu escrever essa música ?
R: Tive dois irmãos que trabalharam no Elite: o Gimbo, trombonista, líder do conjunto Gimbossa, e o Zeca, cantor, que no final da vida cantava na Estudantina. O ambiente das gafieiras sempre foi para mim uma das definições da cultura carioca.
6) Escreveu outras sobre o mesmo tema ? Quais ?
R: Tenho um samba inédito que diz, entre outras coisas: "E de repente o Rio foi desembocar na gafieira./ A música ao vivo / dá mais incentivo/ apesar do fiscal ..."
É uma letra que exalta as excelências da música ao vivo, em comparação com o som das "discothèques".
7) O que voce pode falar sobre o Trajano e sobre o Mário Jorge ?
R: O Trajano eu vi a primeira vez, no Irajá, quando eu tinha uns dez anos de idade. Namorava uma conhecida da família e já era uma figura lendária. Nos anos 80, depois do "Baile no Elite", fui apresentado a ele na A.A. Vila Isabel. E, nesse dia, ele dançou um pouquinho com a Sônia, minha mulher, que é uma boa "dama". O Mário Jorge nunca vi: só ouvi falar.
8) Você conheceu outros famosos ?
R: No Irajá, onde nasci e fui criado, tinha grandes bailarinos, como por exemplo, o Jorge Teté e o Paulinho (ex-presidente da Portela). Mas sempre ouvi muito falar no Clito, no Esquerdinha, na Muda...
9) Porque foi suprimido o trecho final da música quando voce regravou ?
R: Eu só atualizei. Principalmente pra não encher a bola do Nelson Motta (citado no texto anterior) que é um cara que não tem nada a ver com a cultura brasileira e não merece ser citado numa letra de samba, nem mesmo criticado.
10) Voce dança ?
R: Já dancei direitinho. Mas perdi a prática. Acho que só conservei a pose e o ritmo: a variedade "dançou".
11) Alguem dançava em sua família (ou seja, frequentavam gafieiras ou clubes dançantes) ?
R: Eu tinha umas primas (por afinidade) que freqüentavam. Além dos irmãos músicos que tinham em torno de si uma roda de amigos gafieiristas. O Zeca, por exemplo, conheceu sua última e mais dedicada companheira (ele faleceu nos anos 80) na Estudantina.
12) No samba de salão, quais passos conhece ?
R: Por nome, só o puladinho, o cruzado, o espaguete e o pião. Mas, dançando, a gente sempre inventa.
13) Em que lugares voce dançava ?
R: Dancei em clubinhos de subúrbio, só. Mas tenho um episódio interessante: em 1956, num baile no Madureira Tênis Clube, promovido pela minha turma do curso ginasial, fui chamado à atenção por um diretor, porque estava "dançando gafieira".
14) A vestimenta era o linho s-120 ou qual era ?
R: Eu era garoto e pobre. No máximo, um paletozinho de brim ou caroá, uma espécie de linho bruto que, acho, já nem mais existe. Mas o paletó era sempre lascado atrás. Isso era importantíssimo!
15) Quais as bandas ou orquestras de que se lembra e quais você gostava mais ?
R: O Gimbossa era bom, a Reversom, os Sete de Ouros, a Banda da Idade Média... Mas havia grupos que nem nome tinham. Eram conhecidos pelo nome do líder. Quanto às do rádio, aí sim: A Tabajara, aí até hoje; a Marajoara do maestro Raimundo Lourenço; Napoleão Tavares e seus soldados musicais; a do Maestro Carioca; a do Maestro Peruzzi; a do Maestro Cipó;a do Erlon Chaves...
16) Existe alguma passagem pitoresca sobre dança em sua vida que você poderia relatar ?
R: Aquela do Madureira Tênis Clube, quando eu quase fui expulso do salão, me entristeceu e marcou muito, porque foi uma tremenda discriminação racista. Agora, engraçado foi um dia, na quadra de uma escola de samba leopoldinense, num baile da Velha-Guarda, quando a saia de uma senhora, que estava dançando, caiu, sem que ela percebesse. Ela ficou alguns segundos dançando literalmente só de calcinha. Aliás, calçolão!
Publicado no livro "200 anos de Dança de Salão no Brasil - vol. 2"
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