O Livro
Bailes Cariocas é fruto de 55 anos de vida e 27 anos de dança de salão
onde fiz de tudo um pouco. Aprendi a dançar e frequentei muitos bailes, mas também
promovi eventos (bailes e congressos de dança), fui DJ, editor do dancadesalao.com.
br, jornalista, escrevi para os jornais “Dance News” e “Falando de Dança”, realizei
pesquisa histórica e assim lancei livros sobre a história da dança de salão no Brasil. O
primeiro intitulado “Samba de Gafieira - a história da dança de salão Brasileira”. Mas o
que mais fiz, além de dançar nos bailes, foi fotografar a dança do Rio de Janeiro, tanto
em bailes, como em teatros ou mesmo na rua. O objetivo inicial foi obter material
fotojornalístico para o meu site dancadesalao.com.br, depois para as redes sociais do
mesmo e posteriormente colaborar com fotos no jornal “Falando de Dança”. O tempo
passou e os usos da fotografia foram mudando e resolvi então compilar um livro
fotográfico/documental/jornalístico da dança do Rio de Janeiro, focado principalmente
na vida dançante carioca, e principalmente no ambiente social gerado por nossa dança
de salão.
Algumas das fotos do livro foram premiadas em concursos nacionais e internacionais.
Outras foram publicadas no jornal Falando de Dança.
E todas foram publicadas no portal dancadesalao.com ou em suas redes sociais.
O Ambiente da Dança Carioca
Neste ambiente todo mundo se conhece, pelo menos de vista, ninguém
vai em um baile (exceção apenas de alguns bailes de forró) no Rio sem saber dançar,
assim é necessário aprender e por mais talentoso que se seja, leva-se algum tempo.
Com isso as pessoas em um ambiente de escola de dança se conhecem e a medida
que o aprendizado avança, também avança sua rede social nos locais de dança
que frequenta. Assim a dança de salão no Rio é um ambiente seguro que possui
diversas características e personagens. Os principais são os próprios dançarinos e
professores, e posso citar, sem ordem específica, os DJs que colocam música para se
dançar nos bailes e as bandas, conjuntos, orquestras, musicistas e cantores. Temos
também os dançarinos de aluguel (personal dancers), que em meados do Século XX
tinham as taxi-girls como suas correspondentes de profissão. Promoters de bailes e
eventos em geral (como congressos), coreógrafos, dançarinos de shows, seguranças,
assistentes de promoters, fotógrafos, cinegrafistas, garçons, jurados e concorrentes
de concursos, aniversariantes, autores de livros de dança, bolsistas de escola de
dança, entre outros.
Alguém poderia dizer: “garçon e segurança? Não seriam apenas prestadores
de serviço sem envolvimento?”. Alguns sim, mas a dança é muito envolvemente e
como é um ambiente mais restrito com pessoas que se conhecem, muitos seguranças
dançam e eles e alguns garçons acabam se tornando amigos de papos em diversos
bailes, pois não tem como não passar a conhecer. Os fotógrafos e cinegrafistas, por
exemplo, tem que saber dançar para realizar um bom trabalho, senão não é possível
desenvolver o olhar fotográfico necessário para realizar boas fotos e filmagens.
Temos também os personagens folclóricos de bailes, que são apenas dançarinos que
simplesmente todo mundo no meio conhece, às vezes apenas de um determinado
baile semanal, outras vezes de vários ou “todos”.
Além dos personagens que citei, temos também as situações que ocorrem
nesse ambiente e os próprios locais. Situações facilmente imagináveis, como dançar
alegre um forró ou compenetrado, um tango. Mas também situações de baile como
concursos, aniversários, sorteio de brindes, premiações, apresentações no intervalo,
roda de aniversariante etc. Aulas, workshops, congressos, apresentações em teatro
ou na rua. Locais como clubes, academias, escolas de dança, câmara municipal,
assembleia legislativa, praças, gafieiras, teatros, camarins etc.
Neste livro optei por não fazer uma edição colorida apenas com fotografias
bonitas de apresentações em teatro. Aqui procuro mostrar todo esse ambiente,
situações e personagens e toda a interação gerada entre eles, que pode resultar
em namoros, casamentos ou como no meu caso, também belas fotos e sessões
fotográficas de estúdio com dançarinos profissionais. Também optei por uma narrativa
fotográfica mais linear, para facilitar o entendimento desse meio tão envolvente aos
não iniciados.
A Inspiração Fotográfica
Dança remete ao baile e ao palco. O caminho natural para um livro fotográfico é sem dúvida o espetáculo. Mas
eu sempre quis fazer um sobre os bailes cariocas e só decidi por esse caminho após buscar referências em
fotógrafos de rua como Joel Meyerowitz, fotolivros como The Americans de Robert Frank e finalmente Small
World de Martin Parr. Este último me mostrou que eu poderia gerar esta obra fotográfica e sociológica. Um
livro que faz juz ao meu trabalho como fotógrafo documental da dança do Rio de Janeiro.
“O que procuro constantemente de fundamental é a diferença entre a mitologia
do local e a realidade do mesmo. ... Lembre-se, eu faço fotografias
sérias disfarçadas de entretenimento. Isso faz parte do meu mantra. Eu faço
as imagens aceitáveis, a fim de encontrar o público, mas no fundo, existe
muito mais acontecendo que não é visto logo de cara. Se você quiser ler,
você pode ler.” Martin Parr
O Autor
Marco Antonio Perna é profissional de TI e pesquisador com mestrado, dançarino de Dança de Salão e um apaixonado por fotografia desde sempre.
Iniciou sua carreira de fotógrafo registrando o II Encontro Internacional de Dança, em 1997, no Hotel Glória (Rio de Janeiro), quando além de fotografar percebeu a necessidade de documentar os eventos que fotografava. Foi assim que o fotojornalismo surgiu em sua vida.
Sua experiência como fotógrafo de dança de salão e de modalidades artísticas como danças étnicas, jazz e ballet, entre outras, desenvolveu seu olhar fotográfico e permitiu a criação deste livro.
Confira na Mídia:
Os Bailes Cariocas de Marco Antonio Perna - Resumo Fotográfico.
Base de Dados de Livros de Fotografia
Mais informações
Caso tenha alguma dúvida, fique a vontade para nos contatar pelo meio que preferir!
Facebook: https://www.facebook.com/marcoantonio.perna.7
Email: 